Instituições de Ensino Superior produzem e doam máscaras e álcool em gel

O setor educacional brasileiro precisou adaptar-se rapidamente às medidas de isolamento domiciliar de alunos, professores e técnicos de escolas e instituições de ensino superior, privadas e públicas, devido à pandemia do novo coronavírus. Cada unidade adotou uma maneira diferente de continuar levando educação a crianças, adolescentes e adultos.

Mas há uma unanimidade: ações voluntárias que contribuem para a melhoria da condição de trabalho de profissionais de saúde e de quem não pode ficar em casa neste momento.

 

Face shields

A Universidade Estadual de Roraima (Uerr) produziu e doou ao Hospital Geral de Roraima face shields (máscaras de proteção de rosto). As primeiras unidades foram direcionadas aos profissionais do Bloco D, onde estão internados pacientes com suspeita ou confirmação da covid-19.

Vinte e oito máscaras protetoras foram doadas pela Uerr ao HGR (Foto: Ascom/Sesau)

A coordenadora do projeto e professora de biologia da Uerr, Juliane Marques, explicou que duas impressoras 3D da instituição foram usadas para criação das máscaras, uma do Laboratório de Turismo, Ecologia e Ambiente e outra do Núcleo de Pesquisa e Estudo em Educação em Ciências e Matemática.

“Vimos na televisão uma iniciativa global de produção de máscara para agentes de saúde e aderimos a ação do grupo Face Shield For Life (Máscaras de Proteção para a Vida). Fizemos uma campanha na internet para arrecadação dos materiais necessários, com o apoio de quem saiba fazer os cortes do acetato de forma profissional”, afirmou.

Quem dispor de impressoras 3D pode ajudar na produção das máscaras ou ainda doar materiais, como acetato e elásticos. “Recebemos uma doação de 50 metros de acetato de Manaus. E continuaremos a produção para outras unidades de saúde, como a Maternidade”, frisou.

O Centro Universitário Estácio da Amazônia também está produzindo face shields, a partir da impressora 3D da Faculdade de Arquitetura e Design Gráfico, em parceria com outros colaboradores.

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) confeccionou, além das face shields, outros equipamentos de proteção individual. Já foram feitos aventais e máscaras com qualidade superior à cirúrgica e igual à N95. Os produtos passaram por testes de resistência e de difusão de spray. Parte do material é para uso dos alunos internos dos cursos Medicina e Enfermagem da instituição e parte destinada ao HGR.

 

Álcool em gel

Além dos EPIs, a UFRR também produziu álcool em gel 70% e doou à Secretaria estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), responsável pelo sistema prisional no Estado. Foram entregues 240 litros do produto sanitizante.

A produção é coordenada pelo Departamento de Química, do Centro de Ciência e Tecnologia, juntamente com o Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais e a Escola Agrotécnica – EAgro. Estão envolvidos no trabalho docentes, técnicos administrativos e discentes da UFRR.

O principal insumo para a produção do álcool em gel é o álcool neutro líquido, doado pela Sejuc. A Operação Acolhida também é parceira da ação, com a doação de parte dos insumos. A UFRR doa o restante dos insumos e oferece a estrutura física de laboratórios, bem como com os recursos humanos para a realização do trabalho.

O produto, doado pela UFRR, reforçará a assepsia no sistema prisional roraimense. “Esse álcool em gel servirá para as unidades penitenciárias do Estado e para a sede da Sejuc. Nosso foco no momento é a assepsia e evitar a entrada desse vírus dentro do sistema prisional”, disse o titular da Sejuc, André Fernandes.

Foram doados 240 litros de álcool em gel à Sejuc (Foto: Coodcom/UFRR)

 

Máscaras de tecido

Já o Instituto Federal de Roraima – Campus Boa Vista apoia a doação de produtos para a confecção de máscaras de tecido, a serem doadas a profissionais e instituições para a prevenção do novo coronavírus. A iniciativa partiu de profissionais liberais, costureiras integrantes do movimento quadrilheiro e de representantes do projeto Tabita, que confecciona bonecas de pano.

A proposta, segundo o professor e turismólogo Shigeaki Alves, é fornecer as máscaras às pessoas que fazem atendimento direto ao público e não foram dispensadas do trabalho ou não tiveram suas atividades interrompidas, evitando, assim, a falta desse material no mercado local para atender aqueles que realmente precisam. É o caso de entregadores, frentistas, ambulantes, atendentes etc.

“Em decorrência da enorme procura, faltam máscaras no mercado e, consequentemente, nas unidades hospitalares, deixando os profissionais que realmente precisam sem proteção. Haja vista essa mudança de comportamento e a adoção de novos hábitos de etiqueta respiratória, esses grupos se uniram para confeccionar e fornecer gratuitamente as máscaras, tendo em vista atender à enorme demanda”, disse.

Os servidores do Campus Boa Vista foram incentivados a doar tecido tricoline, TNT, linha e elástico. As doações no IFRR encerraram nesta segunda-feira, 6.

 

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