Região Norte foi a principal porta de entrada de migrantes em 2020

A pandemia da covid-19 implicou numa forte queda no número de registros de migrantes no Brasil em 2020, quando comparados a 2019, registrando redução de quase 50%. O fenômeno migratório brasileiro foi analisado a partir das bases de dados trabalhadas pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Venezuelanos e haitianos respondem por quase 70% dos registros. Boa Vista aparece em primeiro lugar de residência dos migrantes, com 138 mil registros, e Manaus, em segundo, com 12,6 mil, reforçando o papel da Região Norte como principal porta de entrada da imigração em 2020. A capital amazonense ultrapassou a cidade de São Paulo, lugar de residência de 12 mil migrantes.

Os registros sobre movimentação de pessoas pelos postos de fronteiras (terrestre e aérea) foram os mais impactados pela pandemia do coronavírus, tendo em vista as restrições à mobilidade internacional de pessoas impostas por diversos países, Brasil entre eles.

 

Autorização de trabalho

Após apresentar evolução positiva em 2018 e 2019, o volume de autorizações de trabalho para fins laborais e investimentos no ano de 2020 registrou redução de -16,8% na modalidade Residência e de -39% na modalidade Residência Prévia, resultado que foi fortemente influenciado pela crise sanitária provocada pelo coronavírus.

As principais nacionalidades beneficiadas com as autorizações foram filipina, chinesa, estadunidense, italiana e indiana. A concessão a trabalhadores qualificados também foi afetada, com diminuição de -21,8% em relação a 2019, destacando-se chineses, estadunidenses, japoneses e franceses entre os de melhor qualificação.

 

Pedidos de refúgio

Ainda que a base de dados do Sistema de Tráfego Internacional, Módulo de Alertas e Restrições Ativas, gerido pela Polícia Federal, tenha sido afetada durante a pandemia, foi possível constatar que, nos últimos três anos, os venezuelanos foram a nacionalidade que mais ingressou com pedidos de refúgio no país (132,5 mil), seguidos por haitianos (30,2 mil) e cubanos (8,1 mil).

No período analisado, esses solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado entraram com seus pedidos, em maior medida, no estado de Roraima, que recebeu (81,6%) das solicitações, à frente de São Paulo (9,7%) e Mato Grosso do Sul (3,5%). Consequentemente, as principais cidades de ingresso desses coletivos foram Pacaraima e Bonfim, em Roraima, seguidas por São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Corumbá (MS) e Boa Vista (RR).

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