Unicef promove mutirão de pré-matrículas escolares nos abrigos da Operação Acolhida e ocupações espontâneas

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promove, até 20 de janeiro, um mutirão de pré-matrículas escolares de crianças e adolescentes migrantes e refugiados, especialmente de origem venezuelana, que vivem em Boa Vista. A campanha “Fora da Escola Não Pode!” acompanha e dá apoio às famílias na realização da pré-matrícula por meio de ligação telefônica, encaminhamento ao exame de classificação, além do serviço de xerox e foto 3×4.

As ações acontecem nos abrigos da Operação Acolhida e nas ocupações informais. Abrigada no Rondon 1, Estefani Cedeno é mãe de três crianças, todas em idade escolar. “Como não sei português, eles me ajudaram na ligação telefônica. Também fizeram as cópias [da documentação] e me indicaram em que escola tenho que ir. Para mim, foi importante ter essa ajuda. Consegui matrículas para os dois filhos menores. Na próxima semana, vou matricular a minha filha mais velha”, contou a jovem de 24 anos, que está no Brasil há três meses.

Estefani e os três filhos vivem no Abrigo Rondon 1(Foto: Vanessa Vieira/Correio do Lavrado)

A iniciativa é uma forma de garantir o acesso de crianças e adolescentes a um direito básico: educação. “A ideia é permitir que as crianças que não conseguiram, por alguma razão, se matricular matriculem-se aqui. Nós sabemos que a pandemia agravou as desigualdades na educação, e isso é mais crítico com relação a crianças e adolescentes migrantes e refugiados porque, além da questão do deslocamento forçado, eles também enfrentam diferenças culturais e barreiras do idioma. Então isso, às vezes, impede o acesso da família a esse processo de matrícula”, afirmou a chefe do escritório do Unicef em Roraima, Estela Caparelli.

No ano passado, o mutirão da campanha “Fora da Escola Não Pode!” atendeu cerca de mil crianças nos abrigos e ocupações de Boa Vista. “Foi um esforço muito importante no ano passado. Pode ser que agora o número de crianças atendidas seja menor, porque muitas já estão no fluxo, as famílias já têm a informação [sobre as matrículas] e não precisam mais desse apoio”, reforçou Estela.

O mutirão é realizado com apoio das Agências da ONU para Refugiados (Acnur) e para as Migrações (OIM), do Instituto Pirilampos e da Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), em coordenação com as Secretarias de Educação Municipal e Estadual.

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