Brasil é o terceiro país da América Latina que mais recebeu refugiados e migrantes venezuelanos

Dos 7,7 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela que se encontram fora do seu país de origem, cerca de 6,5 milhões (84%) estão acolhidos em 17 países da América Latina e do Caribe. É o que indicam os números oficiais e as estimativas relatadas pelos países anfitriões e compilados pela Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), coliderada pela Agência da ONU para as Migrações (OIM) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

O Brasil, que em fevereiro de 2018 foi o sétimo país da região mais procurado pelos refugiados e migrantes venezuelanos, iniciou 2023 em quinto lugar e, em agosto, já era o terceiro país que mais recebeu pessoas da Venezuela.

 

Dificuldades

Na região, mais de quatro milhões de pessoas ainda enfrentam dificuldades no acesso a alimentos, abrigo, saúde, educação e emprego formal. A mais recente Análise das Necessidades de Refugiados e Migrantes (RMNA) para 2023 mostra que muitas pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela na região não têm oportunidades estáveis de subsistência, o que dificulta sua integração efetiva e sua contribuição para as comunidades de acolhida.

Em meio a uma crise global e regional de custo de vida, os venezuelanos correm um risco maior de serem vítimas de abusos como tráfico de pessoas, recrutamento forçado e violência de gênero. Além disso, o relatório constata que aproximadamente 19% das crianças refugiadas e migrantes não frequentam a escola e, em vez disso, sustentam suas famílias com empregos informais e mal remunerados para sobreviver. 

Embora mais de 60% da população refugiada e migrante da Venezuela esteja documentada, isso não tem sido suficiente para garantir uma vida digna e acesso adequado aos direitos básicos. Arranjos mais regulares de permanência e maior investimento em soluções de longo prazo em meios de subsistência e educação – que também beneficiam as comunidades de acolhida – são fundamentais para a autossuficiência e a inclusão.

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