Desmatamento nas TIs Yanomami e Waimiri-Atroari aumenta em 2023

As áreas protegidas da Amazônia tiveram, em 2023, o menor desmatamento desde 2014. Conforme o monitoramento por imagens de satélite do instituto de pesquisa Imazon, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação passou de 1.431 quilômetros quadrados em 2022 para 386 quilômetros quadrados em 2023, uma diminuição de 73%.

“Essa redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. Isso porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, explica o pesquisador Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.

No entanto, apesar da queda geral, algumas áreas protegidas tiveram aumento na destruição, sendo territórios que devem receber ações urgentes em 2024. As terras indígenas Igarapé Lage, em Rondônia, e Waimiri-Atroari, na divisa de Amazonas e Roraima, apresentaram aumento de 300% no desmatamento, passando de 2 km² em 2022 para 8 km² em 2023 e de 1 km² em 2022 para 4 km² em 2023, respectivamente.

A TI Yanomami, também na divisa de Amazonas e Roraima, teve alta de 150% na devastação, passando de 2 km² em 2022 para 5 km² em 2023, sendo a quinta mais desmatada da Amazônia no ano passado, mesmo tendo recebido operações do Governo Federal em resposta ao garimpo ilegal na região.

(Tabela: Reprodução/Imazon)

No total, as terras indígenas tiveram 104 km² devastados em 2023, menos da metade do registrado em 2022: 217 km². Ou seja, viram a derrubada cair 52%. Essa foi a menor área desmatada em territórios dos povos originários desde 2017.

 

Nas UCs, devastação teve queda de 77%

Levando em conta apenas as unidades de conservação da Amazônia, o desmatamento teve queda de 77%, passando de 1.214 km² em 2022 para 282 km². Ou seja: quatro vezes menos. Foi a menor área de floresta destruída nesses tipos de territórios em nove anos.

A maior redução ocorreu nos territórios sob jurisdição federal, onde a derrubada passou de 468 km² para 97 km², o que significa uma queda de 79%, quase cinco vezes menos. Já nas áreas estaduais, a devastação passou de 746 km² para 185 km², sendo 75% ou quatro vezes menos.

“Todas as 10 UCs mais desmatadas da Amazônia em 2023 foram territórios onde a derrubada teve redução”, observa a pesquisadora Larissa Amorim, coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon.

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