Até o momento, 1,2 mil crianças e adolescentes venezuelanos estão matriculados para o ano letivo 2019 na rede estadal de ensino. Os dados são da Secretaria de Educação e Desporto, que identificou o público em um levantamento feito nos abrigos geridos pela Operação Acolhida.
Segundo o secretário adjunto de Educação, Semaias Alexandre, o levantamento foi feito em pareceria com Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que já possui um trabalho junto as crianças e adolescentes imigrantes em um espaço de aprendizagem temporário.
“O ingresso de crianças e adolescentes imigrantes na rede pública de ensino é um direito constitucional e o Estado atua no sentido de garantir que ele seja cumprido. De 3 mil atendimentos realizados na Central de Matrículas, mais de 1,2 mil foram imigrantes venezuelanos”, disse.
Alexandre informou ainda que serão realizadas avaliações de currículos, com um provão nos moldes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) para que o imigrante que tenha escolaridade em nível Médio possa dar continuidade aos estudos de onde parou.
Para o especialista em Educação do Unicef em Roraima, Raniere Pontes, a parceria é um passo importante na garantia dentro do processo de inclusão. “Nos dez abrigos que atuamos, mais de 2,3 mil crianças e adolescentes são atendidos nos espaços de aprendizagem temporário. Essas crianças estão tendo contato com processos e rotinas de educação. Estão se aculturando e apropriando-se sobre os costumes e questões de idioma para aproximá-las da educação formal”, detalhou.
Pontes destacou ainda que o processo será usado de modelo para outros Estados que estão em processo de interiorização. Segundo ele, das 5 mil pessoas que foram interiorizadas, cerca 1,3 mil são crianças e adolescentes em idade escolar.