Há quase um ano, venezuelanos que chegaram a Roraima participam do processo de interiorização. Neste período, 50 cidades de 17 estados brasileiros já receberam imigrantes e refugiados, permitindo novas oportunidades de ingresso no mercado de trabalho e recomeço de vida.
Com essas viagens, a Operação Acolhida contabiliza mais de 5 mil venezuelanos interiorizados. O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais recebeu imigrantes, seguido por São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Goiás foi a unidade federativa que recepcionou o menor número de venezuelanos durante o processo de interiorização.
A próxima rodada de interiorização está marcada para o dia 23 de março, quando a Operação Acolhida completa um ano, com a ida de 100 imigrantes para a cidade de Dourados (MS). Outros 30 viajarão em voos comerciais ao longo das próximas semanas.
Para esse deslocamento, foi feito um acordo entre a Operação Acolhida e uma empresa alimentícia, que sinalizou oportunidades de trabalho para os beneficiários. O perfil é composto, principalmente, por homens venezuelanos solteiros.
O deslocamento desses beneficiários ocorrerá com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que oferecerá bolsas de auxílio temporário aos venezuelanos realocados, e da Agência da ONU para Migrações (OIM), que fretará o avião.
Operação Acolhida
A Operação Acolhida operacionaliza a assistência emergencial para o acolhimento de migrantes provenientes da Venezuela que se encontram em situação de vulnerabilidade devido à crise humanitária.
A estratégia de interiorização é coordenada por um subcomitê federal que envolve nove ministérios, em articulação com governos de estados e municípios receptores e organizações não governamentais.
Além do ACNUR e da OIM, outras agências da ONU diretamente envolvidas com a estratégia de interiorização são o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Juntas, essas organizações identificam locais de acolhida ao redor do país, realizam melhorias estruturais nos abrigos, prestam orientação sobre as cidades de destino, organizam a viagem e o receptivo nos novos destinos, além de conscientizar o setor privado para a absorção da mão de obra refugiada. Especial atenção é dada às mulheres, crianças e grupos mais vulneráveis.
Em Boa Vista, as pessoas que aderem voluntariamente à estratégia de interiorização são registradas, fazem novos documentos e recebem vacinas, além de receber informações sobre as cidades de destino, e materiais informativos sobre o acesso a serviços e assistência à saúde. As pessoas interiorizadas são acompanhadas durante o voo até as cidades de destino.
O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, permitindo que tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, recomeçando suas vidas e contribuindo para o crescimento das novas comunidades de acolhida.