Desde maio, o número de imigrantes venezuelanos interiorizados disparou. Do início do processo de interiorização até aquele mês, tinham sido registradas cerca de seis mil viagens. De lá para cá, o número saltou para 15.071. A previsão para este mês é interiorizar duas mil pessoas.
Isso porque o foco da Operação Acolhida voltou o trabalho para a estratégia de interiorização, “para dar fluxo aos desassistidos”. Nessa conta, estão incluídas as viagens institucionais, promovidas pela Força Aérea Brasileira, por exemplo, e aquelas realizadas por instituições independentes, como as igrejas.
Desde o final de junho, as companhias aéreas passaram a auxiliar, de maneira oficial, o processo de interiorização, com assinatura de um acordo de cooperação técnica com a Casa Civil da Presidência da República. Até então, não havia uma parceria formal para essas viagens. O acordo foi assinado em conjunto com Infraero, Inframerica, Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Azul, Latam, Gol e Fraport.
O coordenador da Força Tarefa Logística Humanitária em Roraima, general Eduardo Pazuello, frisou que o acordo com as companhias aéreas vai resultar em 280 vagas por semana. “Os voos da FAB [Força Aérea Brasileira] continuam. Uma coisa complementa a outra”.
Tanto a Latam como a Azul informaram que, desde o ano passado, auxiliam no transporte de imigrantes venezuelanos no processo de interiorização dentro do Brasil. “Até o momento [final de junho], a Latam transportou mais de 400 venezuelanos, com a segurança e o cuidado necessários”.
Completou dizendo que a companhia já embarcou venezuelanos partindo das cidades de Boa Vista, Manaus ou Rio Branco para Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Foz do Iguaçu, Goiânia, João Pessoa, Joinville, Natal, Navegantes, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Santarém, São Paulo, Teresina e Vitória.
A Azul frisou que disponibiliza assentos vagos em seus aviões para levar os imigrantes a outras regiões do país, pré-determinadas pelo Governo Federal, e que não há remuneração por esse serviço. A Gol não respondeu os questionamentos da reportagem do Correio do Lavrado.