“Somos exemplo para o mundo”, comemora Pazuello sobre Operação Acolhida

“Foi uma experiência fantástica. Acredito que tem muito para ser feito ainda, mas acho que nós alcançamos um padrão que é referência internacional, de respeito à humanidade, ao ser humano. Nosso País demonstrou como deve ser feito. Nunca fechamos a nossa fronteira, nunca dissemos não. O povo de Roraima foi exemplo de solidariedade, sempre foi acolhedor, sempre esteve presente com doações. Acredito que é um exemplo que está sendo dado para o Brasil e para o Mundo”.

As palavras de agradecimento marcaram a despedida do general Eduardo Pazuello do cargo de coordenador operacional da Operação Acolhida. Ele assumiu, no início deste mês o Comando da 12ª Região Militar, sediado em Manaus, e passou o controle da Acolhida ao general Antônio Manoel de Barros.

Passagem de cargo foi realizada nesta quinta-feira, 23, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF/UFRR) (Foto: Vanessa Vieira/Correio do Lavrado)

Defensor dos abrigos urbanos, Pazuello citou que atualmente não há nenhum venezuelano nas ruas à noite, dormindo nos bancos das praças. “O que temos são abrigos urbanos, que são exatamente cópia dos abrigos europeus. A Europa não tem campo de refugiado, tem abrigos urbanos para permitir a integração. Os campos de refugiados estão na África, no Oriente Médio”, disse.

A intenção do novo coordenador operacional é dar continuidade a este trabalho. “É uma ação de Estado e nós temos que dar continuidade ao que se planeja. Há uma estratégia e nós somos apenas parte disto. Neste sentido, a grande missão é continuar aperfeiçoando processos e procedimentos”, afirmou Barros, referindo-se às ações de abrigamento e interiorização.

Esta última continuará sendo o foco da Operação Acolhida, com meta de três mil interiorizações por mês. Barros reconhece que o número é ousado, mas possível de ser alcançado. “Saímos de 5 mil viagens no primeiro ano, passamos para 27 mil no segundo e agora a gente entende que podemos chegar a 36 mil em 2020. Isso diminui a pressão [sob Roraima], se faz dentro da legalidade e com humanidade”.

O aumento do número de abrigos só acontecerá em caso de crise, o que já era defendido desde o ano passado. “Por que a solução não é o abrigamento? Porque todos continuariam aqui e a perspectiva é um Estado colapsado. Por isso que a estratégia é levar a interiorização a todo o País, numa parceria do Governo Federal, com Governos estaduais e municipais mais a sociedade civil”, confirmou.

Sobre as ocupações espontâneas, como é o caso de prédios públicos abandonados e ocupados por migrantes, será realizada uma reunião na próxima semana com o Governo do Estado para definir novas ações. “O trabalho é contínuo. Se a interiorização dá certo, deixa de se ter ocupações espontâneas, em tese, e não precisamos aumentar o abrigamento. Mas, se houver alguma crise, temos um plano de contingência”, finalizou.

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