Em atuação em Roraima há quase um ano e meio, a coordenação da Força Tarefa Logística Humanitária estima, para os próximos meses, o esvaziamento natural dos abrigos para imigrantes venezuelanos. A previsão para 2020 é contar com abrigos de passagem e em stand-by.
Segundo o chefe da Seção de Planejamento da Força Tarefa, coronel Eduardo Migon, o fluxo migratório começa a mostrar uma tendência de estabilização e queda de abrigamento. Assim, uma perspectiva antiga, de não construir novos abrigos, se confirma e com projeção da redução desses locais.
“Até aqui a operação tinha grande ênfase no ordenamento da fronteira. Tivemos que ordenar a identificação, a vacinação. Depois começamos a trabalhar com abrigamento e agora nossos indicadores sinalizam uma redução da necessidade de abrigamento e indicam um sucesso do nosso carro-chefe chamado interiorização”, disse.
Em Boa Vista, existem 11 abrigos com capacidade para 6.600 pessoas. São eles: Pintolândia, Jardim Floresta, Hélio Campos, Tancredo Neves, Nova Canaã, Santa Tereza, Latife Salomão, São Vicente e Rondon 1, 2 e 3. Com o esvaziamento natural, os abrigos em uso seriam o Pintolândia, destinado a indígenas Warao, e os três Rondon, localizados nas proximidades da área militar.
E quem está na rua?
A Operação Acolhida estima que cerca de 3,5 mil venezuelanos estejam em situação de rua, ocupando prédios públicos e casas abandonadas. Questionado se essas pessoas poderiam ser abrigadas, o que impediria a redução do número de abrigos, o coordenador da Força Tarefa, general Eduardo Pazuello, explicou que cerca de 60% dos venezuelanos interiorizados atualmente são de não-abrigados.
Desde maio, o número de imigrantes venezuelanos interiorizados disparou. Do início do processo de interiorização até aquele mês, tinham sido registradas cerca de seis mil viagens. De lá para cá, o número saltou para 15.071.