Polícia Federal destroi ferramentas de 4 garimpos ilegais em Roraima
A Polícia Federal em Roraima deflagrou, entre os dias cinco e 14 de março, a Operação Ianomâmi 709, com o objetivo de desarticular o garimpo ilegal e desmobilizar os garimpeiros envolvidos nas atividades em quatro áreas na região da Terra Indígena Ianomâmi.
Em apenas um dos garimpos, em região conhecida como “Fofoca do Cavalo”, no rio Uraricuera, os policiais estimaram a presença de mais de 2 mil pessoas, que contavam com uma infraestrutura com bares, lan house, mercado e até um local onde parecia funcionar um consultório odontológico. Em uma das fotos, divulgadas pela própria Polícia Federal, é possível distinguir o que parece ser uma igreja ou templo de oração. Confira abaixo:
Já nos dias 16, 17 e 19 a PF apoiou ação do Exército contra garimpos nos municípios do Uiramutã, Normandia e Alto Alegre.
A ação foi coordenada pela Polícia Federal e teve o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Força Aérea e do Exército. A força-tarefa realizou incursões nas regiões conhecidas como Couto de Magalhães, Parima, Catrimani e no Rio Uraricuera.
Foram inutilizados bens dispostos diretamente nas atividades criminosas, como motores e aeronaves e feitas apreensões de objetos que poderão servir como meios de prova, como GPS, celulares e aparelhos de internet via satélite utilizados pelos suspeitos, além de ouro, mercúrio, armamentos e drogas.
Também foram coletadas amostras das águas dos rios da região, as quais serão objeto de análise da perícia da Polícia Federal.
A identificação dos locais foi fruto de levantamentos realizados pelo órgão com base em ações anteriores e em dados de inteligência, integrados à Plataforma de Monitoramento com Imagens de Satélite PLANET.
Expulsão ou multa
A Operação faz referência à determinação acerca da desintrusão de invasores em áreas indígenas contida em sede da ADPF 709, contexto o qual também se insere essa ação.
No dia 16 de março deste ano, a Justiça Federal ordenou que a União retire garimpeiros da Terra Ianomâmi e apresente um plano de ação – neste caso, a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ibama e o ICMBio. Se a medida não for cumprida no prazo estipulado, será aplicada uma multa diária de R$ 1 milhão às instituições responsáveis em expulsar os invasores.