Em sua segunda visita ao Estado de Roraima em menos de um mês, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cumpriu uma agenda cheia, mas distante da imprensa. Acompanharam a visita os ministros da Cidadania, João Roma, e da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o governador Antonio Denarium e parlamentares federais.
Pela manhã, o presidente visitou as instalações da Operação Acolhida, que abriga migrantes e refugiados venezuelanos, “pessoas que fugiram da ditadura da Venezuela”, nas palavras de Bolsonaro. Ao entrar em uma barraca, conversou com uma adolescente, de 16 anos, mãe de um recém-nascido. “A gente não quer isso para o povo brasileiro”, disse.
O presidente descartou a possibilidade de fechar a fronteira permanentemente com a Venezuela. “Sabemos do sofrimento do povo de Roraima, mas não é uma medida humana, não podemos fazer isso. É uma fronteira seca, todo mundo passa”, assegurou. Em março de 2020, em razão da pandemia, o Brasil fechou a fronteira com a Venezuela, reaberta parcialmente em junho deste ano, para atender pessoas em situação de vulnerabilidade “decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”.
Terras Indígenas
Bolsonaro fez um sobrevoo de helicóptero pelo Rio Cotingo e conversou com indígenas na comunidade do Flexal, no Uiramutã. Segundo Denarium, o objetivo era mostrar as potencialidades do Estado. “Tenho conversado muito com o presidente sobre o potencial produtivo do estado de Roraima, a energia e infraestrutura, além da parceria com as comunidades indígenas”, afirmou o governador.
Culto evangélico
À tarde, o presidente participou de um culto evangélico na Assembleia de Deus, em comemoração aos 106 anos da igreja. Este foi o único evento com participação de populares. “Espero que ele possa dizer que vai continuar fazendo o trabalho que está fazendo, mantendo direitos do cidadão, à liberdade, à vida entre outros. E vem ouvir a palavra de Deus”, comentou o pastor Isamar Ramalho.
Desde o final da manhã, fiéis previamente credenciados formavam uma fila para entrar na igreja, com capacidade para 2.500 pessoas. Do lado de fora, cerca de 1.500 pessoas aguardavam a chegada de Bolsonaro, conforme estimativa do Corpo de Bombeiros. O público tomou apenas parte do espaço reservado em frente à igreja, aglomerando-se sob a pouca sombra das árvores.
O presidente chegou à igreja sob aplausos, enquanto Denarium foi recebido com vaias. Em seu discurso, Bolsonaro relembrou a trajetória política, fez críticas a políticos opositores e defendeu a não obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 e do passaporte vacinal.
“A vacina não deve ser obrigatória. O passaporte vacinal não deve ser aceito. Cada um é dono da sua vontade e tem que ter a sua liberdade garantida para tomar ou não a vacina. Tem que ser opcional e ponto final”, afirmou, sob mais aplausos. “Todo governador tem que pensar da mesma maneira”, completou Bolsonaro sobre a vacina para a doença que já vitimou 2.029 pessoas em Roraima.