O Governo Federal estuda fechar novamente o espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (16).
“Na quarta-feira próxima, eu e o ministro da Defesa, José Múcio, vamos fazer uma nova reunião para planejamento das próximas etapas e provavelmente haverá um novo fechamento do espaço aéreo sobre o território yanomami nas próximas semanas. Estamos avaliando, a PF junto conosco, a Força Nacional e o Ministério da Defesa, de que esse novo fechamento deve ser antecipado para agilizar a saída de garimpeiros que ainda permanecem, em pequeno número, no território yanomami nesse momento”, afirmou.
O espaço aéreo na região foi fechado no dia 1o de fevereiro. Alguns dias depois, foi reaberto, com corredores humanitários de voo, permitindo a saída dos garimpeiros. Num primeiro momento, a validade desses corredores humanitários vencia no dia 13 de fevereiro, mas foi prorrogada até 6 de maio.
Apreensões e inutilizações
O ministro Flávio Dino afirmou que, além do fechamento do espaço aéreo, tanto a Força Nacional quanto a Polícia Federal têm intensificado as ações para apreensão e inutilização de equipamentos dos garimpos ilegais. Desde o início das operações na área indígena, houve a inutilização de mais de 11 toneladas de cassiterita, 37 balsas, duas aeronaves, uma embarcação e cinco motores utilizados por garimpeiros, além de três barracas.
A operação da Polícia Federal também apreendeu duas máquinas de extração de cassiterita, quatro embarcações, oito motores, 1.150 litros de gasolina, meia tonelada de alimentos e itens como celulares, baterias e motosserras.
Sobre a destruição dos equipamentos de garimpo, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, explicou que a não reutilização desse material se dá por três motivos: o primeiro é a dificuldade e o custo de logística, que normalmente é mais caro que o próprio equipamento; o segundo é a falta de segurança, pois se tratam de equipamentos improvisados e “cheios de gambiarras”; e o terceiro é o impacto econômico gerado aos garimpeiros com a destruição total desses equipamentos.