De janeiro a junho deste ano, foram queimados 2,15 milhões de hectares no Brasil – área 1% menor em relação ao mesmo semestre de 2022. Na Amazônia, porém, houve um aumento de 14% em relação ao último ano. Ela foi o bioma com maior área queimada nos primeiros seis meses de 2023: 1,45 milhão de hectares, ou 68% de toda a área queimada no Brasil no primeiro semestre. Em segundo lugar vem o Cerrado, com 639 mil hectares, ou 30% do total – um aumento de 2% em comparação com o mesmo período de 2022.
A maior parte da área queimada – 84% – foi em vegetação nativa, a maioria em formações campestres. Dentre os tipos de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, representando 8,5% da área queimada.
Quase metade da área queimada nos primeiros seis meses de 2023 em todo o país está concentrada em um único estado da Amazônia: Roraima. Foram 1 milhão de hectares de janeiro a junho, ou 49% do total. Mato Grosso e Tocantins vêm em seguida, com 258 mil hectares e 254 mil hectares. Juntos, esses três estados respondem por 82% da área queimada total no período. Os municípios roraimenses de Normandia, Pacaraima e Boa Vista foram os que tiveram maior área queimada.
No caso do Cerrado, cerca de 75% da área queimada nos seis primeiros meses de 2023 ocorreram em vegetação nativa (principalmente formação campestre e savânica) e 25% em áreas antrópicas (principalmente agricultura).
Na Mata Atlântica e Pantanal, a área queimada entre janeiro e junho de 2023 foi a menor nos últimos cinco anos: 10.220 hectares e 13 mil hectares, respectivamente. No caso da Mata Atlântica, a maior parte foi concentrada em áreas antrópicas; no Pantanal, em formações campestres. A Caatinga seguiu a tendência de queda, com a área queimada entre janeiro e junho inferior aos anos anteriores (818 hectares queimados). No Pampa, foram queimados 7 mil hectares de janeiro a junho de 2023, sendo 58% da área queimada em formações campestres.
Os dados são do MapBiomas, iniciativa que envolve universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil, para buscar a conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais, como forma de combate às mudanças climáticas.