“Há algo errado no Ensino Médio. É a etapa de maior evasão escolar”, declarou o ministro da Educação, Camilo Santana, durante participação no 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, realizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca).
Nesse sentido, Santana declarou que pretende enviar para a Câmara dos Deputados um projeto para reduzir a evasão escolar. “É uma espécie de bolsa para o Ensino Médio, uma forma de auxílio para ajudar na permanência, a partir de experiências internacionais e também do Brasil”, anunciou, sem entrar em detalhes sobre valores.
Para o ministro, se o país pagasse para o aluno ficar na escola, sairia mais barato. E que isto é mais efetivo “do que depois ficar corrigindo distorções sociais e econômicas, que é o que a gente está enfrentando neste país”.
Ele também afirmou que o projeto de lei sobre as modificações no Novo Ensino Médio está pronto. “Está sendo entregue para a Casa Civil, e estou aguardando o presidente Lula voltar [da viagem aos Estados Unidos], para apresentar as mudanças para ele”, disse. A expectativa de Santana é que o projeto seja encaminhado ao Congresso Nacional até o fim de setembro, mas afirmou que as mudanças não devem ser implementadas em 2024.
Entre as mudanças citadas pelo ministro, estão medidas que já foram anunciadas, como o aumento da carga horária da formação geral para 2.400 horas e o fortalecimento do ensino técnico. “É uma das melhores opções para o ensino médio, é garantir não só uma escola em tempo integral, mas a capacitação, a formação desses jovens”, comentou.
Outra mudança incluída no texto do projeto de lei é a dos itinerários formativos, que serão transformados em percursos, mais restritos, e decididos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro deu indicativos que não será alterado pelo menos até 2024. “Nós não vamos mudar o Enem agora, nos próximos anos. Vamos deixar a discussão através do novo PNE [Plano Nacional de Educação] que será feito”, garantiu.