Quem visita a Orla Taumanan ou passa pela Ponte dos Macuxi percebeu uma grande faixa de areia em pleno rio Branco nos últimos dias. Desde o início de outubro, o nível do rio, no trecho em Boa Vista, desceu 0,45m, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas e divulgados pela Companhia de Águas e Esgotos de Roraima.
Segundo o diretor-presidente da Caer, James Serrador, apesar das chuvas recentes, o nível do rio não aumentou. “O pior nível que a gente já teve do rio Branco foi 0,59m negativo em 2016”, afirmou.
Ainda assim, por enquanto, não há risco de desabastecimento de água na capital Boa Vista. “A Caer está preparada para fazer a captação submersa, desde que o rio continue a pelo menos 30 centímetros negativos. No final de setembro, implantamos outra bomba de captação superficial. O que isso significa? Que 70% do sistema de abastecimento da capital é feito por captação submersa, que são bombas de grande dimensão no leito do rio”, explicou.
A bomba permanece sobre uma balsa e capta mais de 160 litros por segundo, o que gera aproximadamente 13 milhões de litros por dia. Em uma situação extrema da estiagem do rio, a empresa tem condições de acoplar mais uma bomba ao flutuante, para a adutora de 900 milímetros. “É uma situação excepcional e esperamos que o rio não baixe tanto, mas a gente pensa nessa hipótese”, disse James Serrador.
Verão Seguro
Nesta segunda-feira (16), o Governo de Roraima apresentou a campanha “Verão Seguro”, que consiste em um trabalho preventivo e conjunto, que envolve entidades no combate aos incêndios florestais, desmatamento ilegal e de sensibilização da população quanto à urgência de não provocar incêndios tanto em áreas rurais quanto em lotes urbanos.
Para as medidas, o Governo do Estado formou um gabinete de gestão conjunta, que atua em frentes focais, além da substituição quinzenal de agentes estaduais na operação Guardiões dos Biomas, coordenada pelo Governo Federal, nos municípios de Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Cantá, Baliza, Rorainópolis, Alto Alegre e Amajari, locais que concentram maiores focos de calor e incidência de queimadas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar, ao comparar os dados a partir de 2020, o ano de 2023 é o período com o maior número de incêndios em vegetação, com 786 ocorrências. A maior incidência neste ano é referente a incêndios em terrenos baldios, com 475 ocorrências. O valor representa um aumento de 77,9% nos dados quando comparado com 2022, quando houve 267 registros.