A população do estado de Roraima é formada por 50,3% de homens e 49,7% de mulheres, de acordo com o Censo Demográfico 2022. A informação da distribuição da população por idade e sexo fornece subsídios para o cálculo de uma série de indicadores demográficos que permitem avaliar as mudanças e tendências do perfil demográfico da população ao longo do tempo.
Essa informação constitui, também, um instrumento, não só para subsidiar o planejamento de políticas públicas que visam ao atendimento das necessidades de grupos específicos, como crianças, adolescentes, jovens, pessoas em idade de trabalhar, idosos e mulheres, como também para fornecer parâmetros balizadores a serem considerados nos processos de avaliação de diversos programas sociais e econômicos.
O Censo Demográfico evidenciou ainda, para Roraima, uma razão de sexo igual a 101,3, indicando haver 101,3 homens para cada 100 mulheres. Esse indicador ao longo dos últimos Censos foi de 108,3 (1980), 123,4 (1991), 104,8 (2000) e 103,3 (2010). Quando esse indicador é maior do que 100, representa populações cujo volume de homens é superior ao de mulheres.
Por outro lado, quando esse indicador é um valor inferior a 100, significa que o volume de homens é inferior ao de mulheres. Devido ao envelhecimento demográfico, é esperado que o número de homens seja gradualmente menor que o número total de mulheres, já que essas apresentam, na média, menor mortalidade durante todas as etapas da vida.
Em relação à razão de sexo, o município São João da Baliza (114,9) se destaca com a maior razão de sexo do estado, ou seja, aquele que tem proporcionalmente mais homens que mulheres. Em contrapartida, Boa Vista (97,4) é o município com o menor valor para esse indicador, evidenciando a sobreposição da população feminina em relação à população masculina, fato que também foi observado no Brasil, que tem sua população formada por 51,5% de mulheres e 48,5% de homens.
“Isso está relacionado com a maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários: desde bebê até as idades mais longevas, a mortalidade dos homens é maior. Além disso, nas idades adultas, a sobremortalidade masculina é mais intensa. E, com o envelhecimento populacional, a redução da população de zero a 14 anos e o inchaço da população mais idosa, há um aumento da proporção de mulheres, já que elas sobrevivem mais em relação aos homens”, pontuou a gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Izabel Marri.
Esse comportamento de aumento na proporção de mulheres se repete em todas as grandes regiões. Desde 2000, a região Sudeste tem a menor proporção de homens, com uma razão de sexo de 92,9 em 2022. A maior razão de sexo está na região Norte (99,7), sendo a primeira vez na série que essa região se mostrou com maior número de mulheres do que homens.
As unidades da federação com menores razões de sexo são Rio de Janeiro (89,4), Distrito Federal (91,1) e Pernambuco (91,2). Já Mato Grosso (101,3), Roraima (101,3) e Tocantins (100,4) tem mais homens do que mulheres. “Além do envelhecimento populacional, também os efeitos da migração influenciam as razões de sexo de cada local”, explicou Marri.