Com objetivo de avaliar a presença de substâncias químicas, incluindo mercúrio, nos rios da bacia amazônica, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis lançou o Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami e Alto Amazonas.
Os resultados vão subsidiar medidas preventivas para as comunidades locais e de mitigação dos danos ambientais. A proposta é saber a quantidade de produtos químicos que se encontram nos rios, peixes e população. Na prática, o lançamento da iniciativa significa a implementação da primeira etapa do projeto, abrangendo a coleta de amostras em Roraima e em unidades de conservação próximas a TI Yanomami.
De acordo com a diretora substituta de Qualidade Ambiental do Ibama, Rosangela Muniz, o Projeto Rede de Monitoramento prevê 300 comunidades no território Yanomami como pontos de coleta. Inicialmente 50 bases em confluências de rios passarão a operar a partir de 20 de novembro.
“A gente combate a poluição sem usar armas. Nossa arma é o conhecimento técnico, e este projeto começou a ser construído há vários meses. Superamos alguns obstáculos, como a logística, porque precisamos criar acessos aos territórios. Desafio de comunicação, para construirmos diálogos com as lideranças e para articularmos com outras instituições”, avaliou.
Segundo a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana, é difícil avaliar o grau de contaminação das águas na Amazônia. “Hoje não se tem uma real dimensão de quantos são afetados, mas sabemos que muitas comunidades têm diagnosticado a presença de mercúrio no corpo por conta do consumo da água. É importante compartilhar esta responsabilidade com demais instituições. Temos a oportunidade de dar uma resposta para a solução do problema e ao combate da prática do uso de contaminantes”, destacou.
Além do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, participam da iniciativa o Ministério dos Povos Indígenas, a Funai, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena, e o Centro de Tecnologia Mineral do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.