Trezentos e sessenta e três indígenas yanomami morreram em 2023, conforme dados do Informe Mensal do COE Yanomami, publicado nesta quinta-feira (22). O número é cerca de 6% maior do que o registrado em 2022, quando 343 indígenas morreram no território.
Em coletiva de imprensa, realizada em Brasília, o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, justificou o aumento e atribuiu à subnotificação dos dados de anos anteriores:
Também durante a coletiva, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, recordou que, após a declaração da situação de emergência sanitária na terra indígena Yanomami em janeiro de 2023, as equipes da pasta foram ao território e identificaram um número “muito superior de desnutrição e de óbito do que os dados apresentaram”.
Com as ações realizadas ao longo do ano passado, a expectativa é que se tenha informação mais qualificada a partir de agora, mas, para Ethel, ainda haverá subnotificação:
Ações permanentes
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, reforçou que é o momento de sair das ações emergenciais para as ações permanentes. E uma dessas medidas é a instalação da Casa de Governo em Boa Vista, anunciada no início do ano. A data definitiva de instalação será divulgada no dia 29 de fevereiro, durante visita de uma comitiva interministerial ao Estado.
Composta por 13 órgãos de governo, a Casa vai permitir o gerenciamento presencial do conjunto de medidas implementadas. Serão instaladas também bases interagências dentro do território Yanomami, para manter a fiscalização permanente com apoio das Forças Armadas. “Nesse dia [29 de fevereiro], vamos fazer um diálogo também com as lideranças indígenas de Roraima, até porque eles farão parte dessa discussão, sobre a forma que será a implementação de ações dentro do território”, disse Sônia.