Já são 7 militares venezuelanos da Guarda Nacional Bolivariana que desertaram e entraram no Brasil pela fronteira de Santa Elena de Uairén e Pacaraima neste fim de semana. Todos são sargentos.
Os três primeiros cruzaram a fronteira no sábado, 24. Os 4 últimos militares chegaram no fim da noite de domingo à cidade do lado brasileiro. Esta informação foi confirmada somente na manhã desta segunda-feira, 25.
Dos 4 novos desertores, 3 chegaram juntos no fim da tarde do sábado. O quarto chegou ao Brasil à noite, por volta das 19h. Nas redes sociais circulou um vídeo do grupo que que mostra os venezuelanos dentro de veículo militar brasileiro. Um deles estava desnutrido e visivelmente abatido.
O coronel Georges Feres Kanaan, coordenador operacional-adjunto da Operação Acolhida em Roraima, relatou que três do último grupo de desertores do país vizinho foram auxiliados por militares brasileiros que faziam patrulhamento e logo levados a um abrigo para refugiados.
Anteriormente, os três sargentos Jorge Luis Gonzalez Romero, Carlos Eduardo Zapata e Jean Carlos Cesar Parra trabalhavam perto do posto de fronteira e já haviam desertado.
Em entrevista à imprensa na tarde de domingo próximos à base militar do Exército Brasileiro, o primeiro grupo afirmou que saiu do lugar com uniformes e sem resistência de companheiros, e que decidiu tomar a atitude diante das ações do governo de Nicolás Maduro, que dizem não estarem de acordo.
“Estamos vendo crianças, idosos, pessoas doentes. Eu sou um venezuelano patriota, não posso ver isso”, disse Romero, que afirmou ainda que acredita que mais militares têm vontade de desertar, mas temem represálias de outros companheiros.
Zapata não chegou a Pacaraima junto com os colegas Romero e Parra. Ele deixou o destacamento onde estava designado, se desfez do uniforme, caminhou por algumas horas em trilhas sob o sol até que chegou à cidade fronteiriça brasileira.
A fronteira entre Brasil e Venezuela está fechada desde quinta-feira, 21, por decreto de Nicolás Maduro.
Em Cúcuta, cidade colombiana que faz fronteira com a Venezuela, já são 156 deserções de policiais e militares que abandonaram o país.