Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a COVID19 como pandemia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou que avalia a possibilidade de fechar a fronteira com o Brasil, que possui 77 casos confirmados pelo Ministério da Saúde (até 18h30, horário de Brasília) e com a Colômbia, que já tem nove casos confirmados.
Segundo o governo venezuelano, 30 casos suspeitos foram descartados no país. Do lado brasileiro da fronteira, em Roraima, não foi registrado nenhum caso suspeito até o momento.
Maduro disse que é necessária a coordenação das autoridades de saúde dos governos brasileiro, colombiano e venezuelano. “Vamos insistir mil vezes para deixar de lado as diferenças ideológicas, que são pequenas diante dessa pandemia, e poder atender efetivamente a população fronteiriça e impedir que a situação do coronavírus que já apareceu da Colômbia e do Brasil se expanda”, declarou.
O mandatário informou ainda que, a partir de 15 de março, entrará em vigor a suspensão temporária de voos vindos da Colômbia e de países europeus para o território venezuelano como medida de prevenção ao coronavírus. Em relação aos voos para outras regiões, continuará avaliando e novas medidas serão anunciadas, se necessário.
Do lado brasileiro, políticos roraimenses também pedem o fechamento imediato da fronteira, alegando que a Venezuela não faz o controle sanitário da doença de maneira adequada e não fornece dados oficiais da enfermidade à OMS, importantes na contenção epidemiológica.
“Solicitamos ao ministro da saúde, que vai chegar até o presidente da República da possibilidade de se for confirmado caso de coronavírus na Venezuela, que seja feito o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela”, disse o governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido).
O senador Mecias de Jesus (Republicanos) afirmou que expressou a mesma preocupação ao Ministério da Saúde, mas agregou que, além do controle em Pacaraima —na fronteira com a Venezuela— é necessária a instalação de um posto de triagem em Bonfim —na fronteira com a República da Guiana.
“Por outro lado temos a Guiana Inglesa [sic], de onde entram cerca de 500 pessoas por dia pela fronteira. Temos que receber somente pessoas que estiverem fora de qualquer risco de contágio do coronavírus. Há dados que em 15 dias podemos ter 4 mil pessoas com a doença no Brasil, e precisamos ter muito cuidado em Roraima”, declarou.
O governo da Guiana confirmou a primeira morte de uma pessoa infectada por coronavírus nesta quarta-feira (11). A vítima, uma mulher tinha 52 anos, tinha voltado de uma viagem aos Estados Unidos no dia 5 deste mês e morreu em um hospital público de Georgetown, capital do país. Ela sofria de diabetes e hipertensão e havia procurado ajuda médica no dia anterior.
“É meu triste dever anunciar que a Guiana confirmou seu primeiro caso importado de COVID-19”, disse o presidente do país, David Granger, na noite passada, em rede nacional.