Uma pesquisa realizada pela Acordo Certo, empresa de renegociação de dívidas, mostrou que as mulheres negociam mais dívidas do que os homens. Os dados analisados levam em conta negociações feitas entre janeiro de 2020 e a primeira quinzena de fevereiro de 2021.
Elas estão mais propensas ao endividamento devido a uma realidade de mercado: ganham menos do que os homens. Cerca de 20% das mulheres não possuem nenhum tipo de renda. Entre os homens, esse percentual é de 13%. Somado a esse fator, está a diferença salarial: enquanto 59% dos homens têm renda maior que um salário mínimo, apenas 34% das mulheres recebem a mesma quantia.
Além disso, a crise econômica causada pela pandemia agravou o cenário das finanças domésticas: 46% das mulheres perderam ou tiveram alguém no domicílio que perdeu o emprego e 31% tiveram a renda diminuída. “Em um cenário onde mais de 40% se declaram chefes de família, equilibrar dívidas, bem como o aumento nos gastos fixos tem sido um desafio não apenas para o bolso, mas também para a saúde mental”, avaliou Tamires Fauoaz, líder da área de pesquisa da Acordo Certo.
A maioria das mulheres afirma que não tem conseguido dormir direito (78%) por conta da atual situação financeira e que isso tem causado ansiedade (75%). Além disso, mais da metade das mulheres sente vergonha de falar sobre as dívidas (55%) e da atual situação financeira (53%).
“Ainda que empenhadas em melhorar a própria situação financeira, positivar o nome e manter as contas no azul exige muito esforço. Além disso, os dados mostram que as dívidas afetam não apenas a saúde financeira, mas também a saúde mental das mulheres. É importante falar sobre o assunto e buscar educação financeira para conseguir melhorar esses indicadores e levar uma vida financeira mais positiva”, apontou Tamires.