O Aeroporto Internacional de Boa Vista – Atlas Brasil Cantanhede e outros seis aeroportos da Região Norte foram arrematados pela Vinci Airports, durante o Infra Week, nessa quarta-feira (7). A empresa francesa pagou R$ 420 milhões pelos sete aeroportos do Bloco Norte I, com ágio de 777,47% em relação ao lance mínimo inicial de R$ 47,8 milhões. A concessão é de 30 anos.
A Vinci já administra a operação do Aeroporto de Salvador (BA) e em outros países, como França, Japão, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. E, além de garantir a operação, manutenção e modernização de terminais e pistas, promete transformar os aeroportos em infraestruturas ecoeficientes:
- zerar emissões líquidas de dióxido de carbono;
- instalar usinas fotovoltaicas;
- gestão de resíduos e água;
- laboratórios de biodiversidade; e
- projetos de sumidouros de carbono em parceria com ONGs locais.
Para fazer isso, a Vinci vai se basear na política ambiental implantada no Aeroporto de Salvador, que foi o primeiro do Brasil a reutilizar 100% da água consumida, a não dispensar resíduos sólidos para aterros sanitários e a ter uma usina solar – com 4,2 MW de potência. As ações do aeroporto para redução de emissão de carbono o levaram ainda a receber a Certificação de Acreditação em Carbono (ACA Certification) pelo Conselho Internacional de Aeroporto (ACI).
“Nosso roteiro é claro: aeroportos verdes para o crescimento verde. Nesta região remota, onde o transporte aéreo é essencial, a Vinci tornará esses aeroportos mais resilientes e ecoeficientes, a fim de sustentar a recuperação econômica do Brasil, preservando o planeta. Estamos ansiosos para iniciar as operações, junto com as autoridades brasileiras e as comunidades locais”, declarou o presidente da Vinci Airports, Nicolas Notebaert.
Além de investimentos específicos, as novas concessões terão que adequar sua capacidade de processamento de passageiros, bagagens e estacionamento de veículos; observar especificações mínimas da infraestrutura aeroportuária e indicadores de qualidade de serviço.
Quando
A etapa seguinte do leilão, no dia 14 de abril, será a entrega dos documentos de habilitação dos proponentes vencedores. A assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a homologação do resultado pela Diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil, ainda sem data definida.
Além da contribuição inicial a ser paga na assinatura dos contratos, as novas concessionárias deverão pagar também outorga variável sobre a receita bruta, estabelecida em percentuais crescentes calculados do 5º ao 9º ano da concessão, tornando-se constantes a partir de então até o final da concessão. Trata-se de mecanismo para adequação dos contratos às oscilações de demanda e receita ao longo da concessão.