Pela primeira vez em 2021, não houve aumento das taxas de incidência ou de mortalidade por covid-19 em nenhum estado brasileiro. É o que indica o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, publicado nessa quinta-feira (8), com dados de 20 de junho a 3 de julho.
Nas duas últimas semanas, foram observadas quedas no número de casos novos e no número de óbitos em todo o País. “Ainda não se pode afirmar que essa tendência é sustentada, isto é, que vai ser mantida ao longo das próximas semanas, ou se estamos vivendo um período de flutuações em torno de um patamar alto de transmissão, que se estabeleceu a partir de março”, alertam os pesquisadores.
O Boletim demonstra também que a maioria dos estados apresentou queda substantiva na taxa de ocupação de leitos, com destaque para as mudanças nos quadros de Tocantins (90% para 71%) e Sergipe (88% para 56%), que migraram da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário e para fora da zona de alerta, respectivamente.
Entretanto, pela primeira vez em meses, somente um estado, Roraima (97%), apresentou taxa de ocupação superior a 90%, classificada como crítica. Os pesquisadores reconhecem que o Estado tem características muito específicas, com um único hospital em Boa Vista dispondo de leitos de UTI, que foram reduzidos no decorrer dos últimos meses.
Nessa semana, a oferta de leitos de UTI foi ampliada no Hospital Geral de Roraima para reforçar o atendimento de pacientes acometidos pela covid-19. A expectativa é que, nos próximos dias, 20 novos leitos estejam em funcionamento. “Infelizmente os casos de covid estão aumentando, principalmente os casos graves. Por isso, é importante abrir esses leitos para ter uma condição de retaguarda, caso haja necessidade, e ter uma quantidade suficiente para atender a população”, afirmou o diretor geral do HGR, Anderson Dalla Benetta.
Vacinas eficientes
Ainda de acordo com o Boletim da Fiocruz, a queda nas taxas de ocupação de leitos de UTI, à parte quaisquer variações cíclicas da pandemia, pode ser, de fato, atribuível à vacinação, que no entanto, pelos atributos das vacinas disponíveis, apresenta limites em relação ao bloqueio da transmissão do vírus, que continua circulando com intensidade.
“As vacinas são efetivas na prevenção de casos graves e parecem vir cumprindo bem esse papel. O surgimento de variantes continua sendo uma ameaça com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis, e essa é uma preocupação que não pode ser perdida de vista. É fundamental que se mantenham medidas de distanciamento físico, uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos”, recomendam os pesquisadores.
Eles reforçam ser fundamental que as pessoas se vacinem, conforme o calendário dos seus municípios, sabendo que todas as vacinas disponíveis têm produzido excelentes respostas.