Com a efetividade da campanha de vacinação, os dados monitorados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz revelam a manutenção das tendências de queda dos índices da pandemia no Brasil. Apesar disso, os pesquisadores reforçam a importância de dar atenção aos níveis de transmissão da doença com a proximidade da temporada de festas e férias, quando pode haver flexibilização de medidas de prevenção.
“O fim de ano se aproxima e a perspectiva das festas e do verão, em um contexto em que as pessoas vão se sentindo mais tranquilas e relaxadas frente à pandemia, remete para a necessidade de se clamar por cautela e monitorar quaisquer possíveis sinais de recrudescimento da doença”, observam.
É preciso continuar avançando na vacinação de primeira e segunda doses, bem como no reforço vacinal, recomendam os pesquisadores. “As vacinas não bloqueiam completamente a transmissão, mas contribuem para reduzir os casos críticos, graves, internações e óbitos. Por isso, é importante continuar avançando para que a população complete o esquema vacinal de forma a continuar aumentando a cobertura vacinal. A hipótese da proteção por ela conferida diminuir com o decorrer do tempo tem levado à necessidade do reforço vacinal de forma mais generalizada na população adulta e pode voltar a expor a risco de infecção uma parcela de pessoas vacinadas, devido a esta perda de imunidade”.
Medidas como a exigência do passaporte de vacinas em locais públicos, e de controle da situação vacinal e testagem de viajantes no país, devem ser implementadas ou expandidas. Também é importante manter o uso de máscara em ambientes abertos com aglomeração, ambientes fechados públicos e mesmo em ambientes fechados privados em circunstâncias que reúnam pessoas que não coabitam, especialmente os indivíduos de grupos vulneráveis.
Nova onda
Em alguns países europeus, cita o boletim, está acontecendo uma nova onda de transmissão da doença, que tem impactado principalmente locais com baixa cobertura vacinal e populações não vacinadas. A possibilidade de espalhamento de novas variantes nesses países, acompanhada pela grande mobilidade internacional, é de forte preocupação para a América do Sul, que vive um momento de baixa transmissão.
“É importante manter bom controle sanitário dos viajantes e prever a restrição de entradas, seja pela exigência de passaporte de vacinação, seja de testes negativos, conforme o que já vem sendo feito por vários outros países”, alertam os pesquisadores.